Mulheres Migrantes: vozes que inspiram

A superação das desigualdades e a ressignificação das profissões para a inserção no mercado de trabalho é de extrema relevância para o alcance de uma vida digna para pessoas migrantes e refugiadas. Para finalizar o mês dedicado às mulheres, o SJMR traz a história de mulheres brasileiras, migrantes e refugiadas, lideranças e vozes femininas em diversos âmbitos, que inspiram a construção de um futuro fraterno, sustentável e igualitário. 

As mulheres migrantes e refugiadas, além de enfrentarem desigualdades e discriminações enraizadas na sociedade, estão expostas em seus processos migratórios a diversas violações de direitos e riscos de violência relacionada ao gênero. Ademais, enfrentam incertezas e desafios para a reconstrução de uma nova história, com dificuldades de empregabilidade e diversos indicadores sociais que prejudicam sua inclusão na sociedade. 

Apesar deste contexto, diariamente presenciamos histórias de mulheres migrantes e refugiadas que conseguiram superar esses desafios, lutando pela reconstrução de suas vidas e fortalecendo a organização de comunidades migrantes no Brasil. Com o apoio do SJMR, mulheres migrantes têm atuado como promotoras comunitárias e fortalecido as ações de assistência e acompanhamento das mais diversas demandas dos migrantes que buscam um recomeço no país. Outras mulheres migrantes e brasileiras também são exemplos de superação, empoderamento e da ampliação da inserção feminina nos espaços de representação política e social. 

A promotora comunitária Blanca Perosa, mulher venezuelana, mãe e esposa, afirma que a chegada no Brasil como migrante já é um grande desafio, mas como mulher migrante é ainda mais desafiador, devido aos altos índices de machismo e violações de direitos de gênero. Para a venezuelana, as mulheres migrantes sofrem com abusos psicológicos, sexuais e físicos que devido a suas condições de vulnerabilidade e medo resultam no silêncio. Blanca busca ser promotora comunitária para auxiliar outras mulheres migrantes com apoio e mostrar que unidas todas são mais fortes. “Juntas temos potencial para conquistar tudo o que quiserem, escolhendo nossos caminhos e valorizando nossas vitórias”, ressaltou.

Já para a promotora comunitária Yamileth Gonzáles, também venezuelana, é importante para as mulheres se agarrarem em duas palavras de ordem: persistência e resistência, tendo consciência de que são capazes de ir em busca de seus sonhos e que o futuro é para todas elas. Yamileth afirma que a mulher  é a criação mais linda que Deus fez e que elas são superdotadas capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. “Ser promotora comunitária me possibilita reflexões diárias, pois ao atender outras mulheres na comunidade percebo a importância de realçar os valores, capacidades e virtudes femininas”, disse a migrante. 

Segundo Fátima Cardoso, mulher brasileira, mãe e coordenadora no Emancipa Santa Rosa de Lima, na zona norte de Porto Alegre (RS), o trabalho de líder comunitária é uma busca diária por igualdade de direitos e tem extrema importância no contexto atual. Assim, ela busca auxiliar as mulheres na busca pela sustentabilidade, conhecimento e saúde, criando um ciclo de acolhida e solidariedade entre as guerreiras que lutam e buscam o melhor para si e para suas famílias todos os dias, sejam brasileiras, venezuelanas, haitianas, cubanas entre outras tantas mil nacionalidades. 

 Kauana Henriques, é Desenvolvedora Web e mais uma brasileira que busca ampliar o espaço das mulheres no mercado de trabalho. “Tenho 23 anos e sou estudante de tecnologia em sistemas para internet no Instituto Federal do Rio Grande do Sul. A área de TI possui diversas oportunidades e cada vez mais, nós mulheres, estamos conseguindo nos posicionar no mercado e com muita luta e trabalho estamos conquistando nosso espaço. É uma luta constante, mas cada conquista é extremamente gratificante”, destaca.

Mesmo com todas as dificuldades, o SJMR Brasil desenvolve projetos com foco na integração de mulheres migrantes no mercado de trabalho com intuito de promover o empoderamento de mulheres migrantes. Além disso, sensibilizamos empregadores do setor privado, de forma a construir mais possibilidades para a igualdade de oportunidades para todas as mulheres.


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