Conferência Livre Nacional de Migração Refúgio e Apatridia da ARRO e SJMR reúne quase 140 pessoas

Conferência integra a Etapa Preparatória da 2ª Comigrar, que será realizada em junho


Quase 140 pessoas participaram da Conferência de Migração, Refúgio e Apatridia da Organização de Resgate de Refugiados do Afeganistão (ARRO) e do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil), que aconteceu sexta-feira (15), na modalidade híbrida. A conferência integra a Etapa Preparatória da 2ª Comigrar, coordenada pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senajus/MJSP), a ser realizada em junho.


O evento mobilizou atores dos governos municipal, estadual e federal, bem como de organismos internacionais, instituições da sociedade civil, estudantes, docentes, pesquisadores e pessoas migrantes, refugiadas e apátridas de pelo menos 6 nacionalidades distintas para discutir desafios e perspectivas a partir de três eixos: Inserção socioeconômica e promoção do trabalho decente; Regularização migratória e documentação; Enfrentamento a violações de direitos. O material produzido participativamente irá subsidiar a formulação de políticas públicas, resultando na elaboração do 1º Plano Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia.


Logo no início, a cerimônia de abertura contou com falas de representantes, apresentação do regimento interno e da metodologia da conferência.


“Contamos com os esforços de todos que estão hoje aqui presentes, principalmente dos migrantes. Para que a gente possa compartilhar experiências práticas e, a partir delas, estruturar propostas para o fortalecimento de políticas públicas. O nosso compromisso com a justiça é em busca de um bem que é comum a todos nós”, explicou a diretora nacional do SJMR, Flávia Reis.


De acordo com a vice-presidente da ARRO, “sabemos a dificuldade que é para os migrantes de maneira geral, logo que eles chegam no Brasil, o processo de adaptação para conhecer a sociedade em que estão chegando, principalmente quando chegam numa situação extremamente vulnerável, como a gente tem em alguns casos”, disse Ana Paula Pinhati


Nesse sentido, o migrante haitiano Jhon Kelly, que é Doutor em Desenvolvimento Regional e sociólogo compartilhou sua experiência. “Eu posso falar melhor sobre a minha realidade do que outras realidades migrantes aqui no Brasil. O primeiro choque para o haitiano no Brasil ocorre no início de sua jornada migratória, quando são abordados para declararem a cor de sua pele. Isso é uma coisa interessante, porque buscam coletar estatísticas para desenvolver políticas públicas de cotas raciais”, comentou.


Organizada pela ARRO e pelo SJMR, a conferência ocorreu em formato híbrido, com presença de pessoas que estão no Brasil (Boa Vista, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Florianópolis e São Leopoldo), além de migrantes e refugiados do Afeganistão, Argentina, Colômbia, Espanha, Haiti e Venezuela.


Eleição de Delegados


Durante a Conferência Nacional Livre da ARRO e do SJMR, além da apresentação de propostas, foram eleitos pré-delegados, entre eles migrantes, refugiados e apátridas. Na Etapa Preparatória da 2ª Comigrar serão eleitos 300 delegados, dos quais 180 provenientes das conferências estaduais e 120 das conferências livres nacionais, que participarão da Etapa Nacional.


Etapas da Comigrar


A 2ª Comigrar é realizada em duas etapas: I – Preparatória, com as conferências Livres Locais, Estaduais e as Livres Nacionais e a II – Nacional, que será entre os dias 7 a 9 de junho de 2024, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu (PR).

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